Carta do escrivão Hortêncio Donato a El-Rei Dom Luso Gomes da Costa de Camões Magalhães XVIII, sobre a viagem a nova terra além mar.
A presente epístola tem como objetivo informar a Vossa Majestade sobre os fatos decorridos entre a partida de nossa frota no dia 4 de fevereiro do ano 684 e a data em que escrevo, no dia 15 de agosto deste mesmo ano.
Segue adiante os acontecimentos mais pertinentes a Vossa Majestade em ordem cronológica, com suas respectivas datas.
No dia 4 de fevereiro de 684 partimos do porto de São Geraldo, na capital do Vosso Reino de Portoga, em uma frota composta por sete naus tendo no total uma tripulação composta de mais de 400 homens, dentre eles marinheiros, sábios e homens santos.
Na noite de 8 de fevereiro avistamos no mar o que parecia ser uma criatura bestial, semelhante a uma imensa serpente com um rosto humano hediondo. Mas graças as orações de todos e as bençãos de Nosso Senhor, a criatura não se aproximou de nossa frota e seguiu seu rumo sinistro.
Em 22 de fevereiro fomos pegos por uma tempestade em alto mar que durou dois dias. Perdemos uma parte da tripulação e uma das naus desapareceu e não foi mais encontrada até a presente data. Espero de todo coração que estejam a salvo e sob a guarda de Nosso Senhor.
Entre 24 de fevereiro e 5 de março, ficamos a deriva em alto mar devido a ausência de bons ventos. Nosso Capitão-mor, Pedro Alves Firmino, afirmou que nos desviamos cerca de 3 dias ao sul de nossa rota original. Começamos a racionar os alimentos.
Durante a tarde ensolarada do dia 19 de março, pássaros foram avistados por Antônio, o homem da luneta, elas voavam em sentido sudeste. Nosso Capitão-mor deduziu que poderiam estar migrando em direção a terra.
No dia 29 de março avistamos terra. Uma pequena ilha repleta de mata virgem, onde desembarcamos para repor nosso mantimentos. Desceram na ilha 50 homens, dentre eles, homens de armas capazes de proteger os outros no caso de uma eventual ameaça a segurança da tripulação. Na ilha, conseguimos encontrar água e frutos, além de animais mamíferos de pequeno porte e algumas aves de cores variadas. Durante o tempo em que estiveram na ilha, os homens relataram ter encontrado vestígios da presença de seres inteligentes. Ruínas do que parece ter sido uma construção de pedra e estátuas de diversas formas, representando criaturas de corpo humanoide e rostos bestiais. Os homens estavam bastante perturbados ao relatar sobre o que haviam encontrado, e o nosso Capitão-mor achou prudente partir da ilha o mais rápido possível.
No dia 30 de março partimos da ilha, mas nos dias decorridos após a partida, os homens que avistaram as estátuas tiveram febre, pesadelos e alucinações, o que os levou a um estado de paranoia e total insanidade. Nem mesmo os clérigos presentes a bordo foram capazes de livrá-los de tal mazela.
No dia 5 de abril os homens faleceram misteriosamente e foram atirados ao mar. Os clérigos afirmaram que o responsável fora o próprio diabo que se apossara das almas dos pobres condenados.
Em 17 de abril avistamos terra, graças ao Nosso Senhor.
Desembarcamos na nova terra na manhã do dia 18 de abril. Fomos imediatamente abordados por 20 seres parecidos com homens de orelhas pontudas, de pele morena e cabelos claros. Vestiam roupas decoradas com penas coloridas e colares de contas, alguns deles empunhavam arcos e lanças e um deles, que parecia ser o líder, empunhava um cajado ornamentado com uma pedra brilhante, que pude perceber ter despertado a cobiça de alguns membros de nossa tripulação.
Fizemos gestos para que abaixassem suas armas e iniciou-se uma aproximação amistosa, os homens falavam em um idioma estranho ao nosso, e pareciam muito curiosos a nosso respeito. O suposto líder deles olhava para alguns de nós bastante desconfiado, e dava instruções a seus homens parecidas com alertas para que tomassem cuidado conosco.
Não demorou para que nossos clérigos, por intermédio da Graça Divina, começassem a compreender o idioma falado pelos seres, que se denominavam "elfos" da floresta, em seu idioma. Os elfos disseram que somos bem vindos, desde que não causássemos mal a floresta, aos animais e a terra.
Nosso Capitão-mor pediu aos clérigos que perguntassem ao elfo que portava o cajado se gostaria de trocar o objeto por outro qualquer que estivesse de posse de nossa frota. O elfo aceitou como forma de acordo de amizade e paz. O capitão ofereceu-lhe uma belíssima luneta ornamentada e explicou sua utilidade através de gestos. Em seguida perguntou através dos clérigos se o cajado não faria falta, e se havia mais pedras brilhantes como aquela. O elfo respondeu afirmativamente e nosso Capitão-mor pareceu ficar muito satisfeito com a informação.
Os elfos ficaram a nossa disposição durantes os dias que se seguiram e no dia 20 de abril concordaram em nos levar para conhecer seu lar.
Já tem até ganchos pra aventuras! :D
ResponderExcluir1) o leviatã
2) o que aconteceu com a nau
3) as construções e a febre
:D
Parabéns, Dave...
ResponderExcluirSeu cenário está cada vez mais fantástico... o/
No aguardo da continuação
Nossa, ficou muito bacana. Mesmo. Ansioso pela continuação.
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