Últimos relatos de João Agripino, o aventureiro erudito
O destino às vezes parece que está brincando com a gente.
Quando você acredita que as coisas estão prestes a tomar um novo rumo ou quando a esperança começa a surgir timidamente em meio a um caos sem fim, algo totalmente inesperado acontece e você se vê diante de uma situação inimaginável.
A primeira fagulha de esperança foi encontrarmos Nazareno nas masmorras subterrâneas da Ilha do Bispo, assim como o Lampião de Santo Agostinho, ambos trancafiados pela própria igreja sabia-se lá o motivo.
E lá estávamos nós na Hospedaria Duas Estradas tentando decidir para onde levaríamos Nazareno, que estava inconsciente desde que o resgatamos da sua cela. Optamos por levá-lo até a Torre, já que ele é estimado pelos anões. Colocamos ele em nossa carruagem e partimos assim que amanheceu.
Durante a viagem Nazareno não demonstrava nenhum sinal de que acordaria, como se estivesse em um tipo de coma profundo.
De passagem pelo acampamento dos caçadores decidimos consultar Gervásio, o feiticeiro. Obviamente, não nos pronunciamos sobre a presença de Nazareno, prezando por sua segurança. Questionado sobre a existência de algum feitiço para despertar alguém de um coma, Gervásio sugeriu um ritual bastante complexo e um tanto quanto arriscado. Porém, Paraíba reprovou a ideia ao saber que envolvia o sacrifício de uma virgem.
Na Torre, os anões ficaram contentes ao rever Nazareno, ao mesmo tempo que ficaram estarrecidos com a sua situação enigmática. Diante disso, Paraíba decide subir até o topo da Torre para ter uma conversa com seu "padim" e leva consigo o Lampião de Santo Agostinho.
Ao regressar de sua meditação, ele traz uma notícia surpreendente: o Lampião não é um artefato sagrado de sua fé, mas sim um item amaldiçoado que abriga a alma do famigerado sacerdote Agostinho. Segundo lhe foi dito pelo próprio Agostinho em sonho, sua alma fora aprisionada pelo Bispo Macedo para impedir que Agostinho revelasse ao mundo seus planos malignos.
Agostinho havia descoberto que o Bispo na verdade é um ser hediondo proveniente de outro mundo e que provavelmente fez algo semelhante com o pobre Nazareno. De posse dessas informações partimos imediatamente para a Mata do Ipê encontrar a Rainha Élfica em busca de seu conhecimento milenar.
A situação estava bastante complicada, mas agora que as coisas começariam a complicar ainda mais.
Segundo os espiões da Rainha, as sacerdotisas elfas negras teriam conseguido invocar Arak Tachna de volta a este mundo, porém em uma forma mais fraca.
De posse do Lampião, partimos da Mata do Ipê com um destacamento de bravos elfos guerreiros rumo ao Forte de Santa Terezinha para dar cabo do Drider guardião do Forte e impedir que Arak Tachna consiga recuperar sua forma verdadeira e mais poderosa.
O Cajado Cósmico |
Tudo estava caminhando bem, graças a ajuda dos elfos e aos poderes do Lampião de Santo Agostinho, que enfraqueceu os elfos negros e o Drider, possibilitando que entrássemos nas cavernas subterrâneas do Forte de Santa Terezinha e encontrássemos as feiticeiras aprisionadas em teias e sendo controladas por uma criatura aracnídea monstruosa que acreditávamos que fosse Arak Tachna.
A criatura não era afetada pelo Lampião e para piorar ela tinha estranhos poderes psíquicos e começou a controlar as mentes de todos.
Apenas mais tarde, ao acordarmos no lar da Rainha Élfica foi que descobrimos o que aconteceu: os anões vieram para nos socorrer junto com os caçadores e a própria Rainha.
A suposta criatura tratava-se de um ser extraplanar conhecido como Bebilith que havia sido invocada pelo escriba André e seus comparsas para enganar os elfos negros. Ela havia sido invocada graças a um artefato misterioso conhecido apenas como o Cajado Cósmico, que teria o poder de invocar ou banir criaturas entre as dimensões. O Cajado teria sido encontrado nas ruínas da antiga civilização que aprisionou Arak Tachna em outra dimensão. Porém o seu manuseio era um mistério até mesmo para a Rainha Élfica.
Decidimos então tentar usar o Cajado nos baseando apenas nas anotações encontrados junto com ele, escritas pelo próprio André. Segundo os escritos, o Cajado parecia apresentar algum tipo de defeito, pois em seus testes acabou enviando cobaias para alguma dimensão desconhecida acidentalmente.
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