quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Old Dragon Day 2011

Durante o ultimo dia 5 de novembro ocorreu em todo Brasil o Old Dragon Day, um evento que comemorou o aniversário de um ano do jogo de RPG Old School mais famoso do país. 
A proposta do evento é bem simples: jogar Old Dragon no dia do Old Dragon. Para isso, uma aventura exclusiva foi distribuída para todos que se cadastraram no site do evento.
Aqui em João Pessoa, assim como em outras partes do país, resolveram juntar os grupos e jogar todo mundo junto num só evento. Infelizmente, só houve duas mesas de OD no evento, e em uma delas eu tive a oportunidade de jogar (inicialmente eu planejava mestrar, mas como eu tinha poucos jogadores achei melhor jogar com o resto do pessoal para completar a outra mesa). Além disso, tive a oportunidade de conhecer o tal FIASCO, que eu achei meio estranho de início "um rpg sem mestre?", mas acabei entendo o jogo no final (isso mesmo, depois que acabou o jogo é que eu entendi como funciona).
Enfim, a mesa em que eu joguei foi narrada pelo Dan Ramos, um dos caras por trás do Old Dragon. Foi a segunda vez que eu joguei em um evento, e trata-se de uma experiência que eu recomendo para todos os jogadores e mestres de RPG que tenham a oportunidade de participar de um evento como esse, conhecer outros grupos de jogadores e trocar idéias, além de conhecer outro estilo de jogo.
A aventura que nós jogamos foi a mesma disponibilizada para o resto do país :"A árvore morta dos kobolds infernais", e como eu já havia lido a mesma (eu pretendia narrar, lembram?), fiz o possível para não dar os "spoilers" da aventura durante o jogo. Nós jogamos com os personagens prontos que foram disponibilizados no RedBlog, e eu acabei ficando com a maga Melina, já que ninguém quis escolher ser o mago do grupo.
Tentei reunir o máximo de informação possível e investigar os outros rumores antes de partir pra tal árvore maldita, além de nos prepararmos com os equipamentos adequados para exploração, mas o grupo insistiu em ir até ela em uma "missão de reconhecimento", além disso o narrador deu uma certa ênfase na árvore, então lá fomos nós investigar o sumiço das criancinhas (das crianças vagabundas, segundo o prefeito, que acabou ficando na lista negra do grupo).
Uma coisa que eu achei interessante no método do narrador foram os Pontos Narrativos, ou algo assim, que serviram para realizar outras roladas em caso de falha, por exemplo, além de interferir na cena do jogo, um dos jogadores ultilizou um desses pontos para que houvesse uma grande rocha na cena, que pudesse ser empurrada de modo que viesse a servir como ponte para atravessar um poço de lava. Além disso o mestre pode presentear o jogador com esses pontos caso o jogador tenha boas idéias, o jogador de Isiscarus recebeu um desses ao ter a idéia de amarrar as pernas de um golem de pedra para que ele caísse ao se locomover.
A aventura foi muito divertida, só houve 2 mortes eu acho, e minha personagem subiu de nível durante a aventura (tudo bem, eu sabia que o ovo misterioso dava um nível para quem o tocasse, mas eu não pretendia fazer isso até que o jogador de Veltan disse "porra maga! tu não fez nada até agora!"). 
Enfim, o evento foi ótimo, e fazia muito tempo que eu não jogava de mago, e com apenas 2 magias eu tive que guardá-las para usar no momento certo, mas no final acabei usando mísseis mágicos no cão miúdo. Outra coisa interessante, é que cada mestre e grupo tem um estilo ou ritmo diferente, na outra mesa, que começou antes da nossa, eles demoraram muito mais tempo antes de ir até a árvore, além da exploração ter sido bem mais demorada eu presumo, quando terminamos a aventura eles ainda estavam no primeiro nível da dungeon.
Bem, é isso, que venham os próximos eventos!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Assim nascem as lendas...

Jogador: Oh! Senhor Poderoso Mais Poderoso de Todos os Poderosos! Você poderia tornar minha marreta vorpal?
DM: ...

Diz a lenda que em tempos imemoriais uma arma mortífera inimaginável foi criada por seres de poder igualmente inimagináveis. Trata-se da Marreta Vorpal, uma arma capaz de separar do corpo a cabeça de um homem. Não se sabe ao certo onde essa arma se encontra hoje, mas por onde ela passou, diz a lenda, alterou o destino de dezenas de guerras.
Sua origem é incerta, alguns dizem que a Marreta Vorpal foi um presente dos deuses a um frágil mortal que desejava tornar-se mais letal em combate, enquanto outros afirmam que a arma era originalmente uma marreta comum, mas que recebeu a benção de um ser de extremo poder, (e tendência caótica) atendendo ao pedido de seu dono original, um aventureiro franzino.


 Old Dragon : A Marreta Vorpal não causa dano por corte, mas mesmo assim tem a capacidade de ejetar a cabeça de seus alvos como uma bola de golfe, causando morte instantânea em quem tiver apenas uma cabeça. Ela é uma arma mágica  que causa 1d10 ( mais bônus de Força ) pontos de dano e que oferece +5 de bônus para ataque e dano. Em caso de acerto crítico ( um 20 natural ) a cabeça do alvo é arremessada 5d6 metros do seu corpo, a não ser que ele seja bem sucedido em uma jogada de proteção modificada pela Destreza, nesse caso, ele apenas leva dano dobrado.

3D&T : A Marreta Vorpal é uma arma mágica que oferece um bônus de +10 na Força de Ataque,  é vorpal ( claro! ), possui  os poderes   penetrante, poderoso e perigoso da vantagem Ataque Especial, sem custo de Pontos de Magia. Além disso, a cabeça do alvo voa 5d6 metros do seu corpo ao ser decapitada.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vocês tão lá!

DM: Vocês tão lá!
Jogador 1(Elfo): Lá onde?
DM: Na sala do rei, ele quer que vocês resgatem a filha dele das garras de um necromante que a raptou.
Jogador 1(Elfo): Já começa assim? O grupo todo já se conhece e tal?
DM: É pra cortar a linguiça.
Jogador 1 (Elfo): Ah tá.
DM: O rei se dirige ao guerreiro e diz: "oh nobres aventureiros salvem minha preciosa filha e serão muito bem recompensados!"
Jogador 2 (Guerreiro): Eu digo ao rei: "eu mato e depois pergunto"
Jogador 1 (Elfo): Oxe! Isso é coisa que se diga na frente do rei? Tu tá doido é?
DM: O rei parece não ter entendido o que você quis dizer.
Jogador 2 (Guerreiro): Eu repito para o rei em alto e bom som: "EU MATO E DEPOIS PERGUNTO!"
Todos os outros jogadores simultaneamente: Affff...
DM: O rei te ignora e decide falar com o mago.
Jogador 3 (Mago): Não se preocupe vossa majestade, faremos o possível para salvar sua filha!
DM: "Muito obrigado nobres aventureiros, aqui está um mapa com a localização da torre do vilão!" ele entrega o mapa ao mago.
Jogador 3 (Mago): Beleza, a gente sai do castelo.
Jogador 4 (Ladrão): Que a gente sai do castelo? Antes de ir eu pergunto ao rei o que ele nos oferece em troca de uma missão tão arriscada?
DM: 1000 po
Jogador 4 (Ladrão): Pra cada?
DM: Pra cada.
Jogador 4 (Ladrão): Agora a gente sai.
Jogador 2 (Elfo): Mas quem garante que a gente vai sair vivo? Mestre, eu peço ao rei um adiantamento.
DM: Ele oferece 100 po para cada de adiantamento.
Jogador 2 (Elfo): Agora sim a gente sai.
Jogador 1 (Guerreiro): Aleluia! Até que enfim!
DM: Quando vocês saem do castelo são emboscados por elfos negros.
Jogador 2 (Elfo): Eu saco minha espada.
Jogador 3 (Mago): Eu fico atrás do guerreiro.
Jogador 4 (Ladrão): Eu preparo minhas adagas.
Jogador 1 (Guerreiro): Eu tenho um cavalo?
DM: Não, você não tem um cavalo.
Jogador 1 (Guerreiro): Então eu volto para o castelo.
DM: Enquanto o guerreiro foge para o castelo, os elfos atacam o grupo.
Todos os outros jogadores: Afff...

Esse foi um pequeno resumo da primeira vez que eu joguei RPG, em meados de 2000, quando eu ainda fazia a 6º série. Eu não tinha muita idéia de como o RPG funcionava, mas mesmo assim achei muito divertido, apesar de ter sido expulso da mesa pelo DM (eu era o guerreiro da cena acima descrita). Mas mesmo assim eu continuei assistindo a aventura.
O sistema era AD&D e tudo que eu me lembro sobre as regras na época era que um dos jogadores havia dito "essa é a pior rolada de atributos que eu ja vi", os atributos foram rolados todos com 3d6 e em sequência, "rola os dados aí, deu quanto? 7? essa vai ser a sua força, agora rola os dados de novo pra ver a destreza..."
Depois eu levei a ficha pra casa e resolvi mestrar pro meu vizinho com o que eu sabia e tinha (uma ficha tosca numa folha de caderno e um dado de 6 lados). Eu não sabia nem como o sistema funcionava e nem como narrar uma aventura, na verdade eu nem sabia o que era uma aventura, muito menos que esse termo existia.
Resumindo, a primeira aventura que eu narrei era algo parecido com um jogo de briga de rua: uma sequência de combates com um pretexto bem simples, algo tipo vá salvar a princesa do feiticeiro maligno. Hoje eu me pergunto como eu consegui narrar essa aventura sem noção alguma de regra alguma. Mas aí é que eu percebo que o elemento principal do RPG eu tinha captado na época: a imaginação.
O primeiro grupo de RPG que eu participei parou de jogar sem nem ter terminado aquela aventura, e eu comecei a ter mais contato com o RPG por ironia do destino.
Certo dia eu e mais dois amigos estavamos perambulando pelas ruas do meu bairro (ainda moleque, mais ou menos na mesma época que tinha jogado RPG na escola), caçando lagartixas com estilingue ou baleadeira como chamam por aqui (já éramos aventureiros na época [risos] ), quando encontramos em meio ao lixo de uma casa uma pilha de revistas. "Pia o que é revista! Tem até uma de Dragon Ball Z!" disse um dos meus amigos, e fomos todos correndo pilhar as revistas no lixo.
As revistas eram a antiga Dragão Brasil, e ao folheá-las eu percebi que eram de RPG. Eu fiquei surpreso na época, "por que jogariam essas revistas de RPG no lixo?", mas hoje eu acho que elas foram parar ali porque talvez foram acusadas de serem "do capeta".
Enfim, em meio as revistas que encontramos naquele dia havia um Manual 3d&t do vermelhão, o primeiro de todos, e a primeira edição de Tormenta, além de outras edições avulsas.
Parece que foi obra dos deuses, aquelas revistas virem parar nas minhas mãos, depois daquilo a gente jogou 3d&t durante algum tempo. Mas eu ainda não tinha muita noção de como mestrar, minhas aventuras eram todas estilo railroading.
De lá pra cá muita coisa aconteceu, eu conheci outros jogadores e outros mestres além de outros sistemas também, GURPS, D&D 3º edição, Vampiro e tudo mais.
RPG é tudo de bom.